Nos últimos tempos, tem aparecido muitos experts querendo falar e ensinar sobre oração. Muitos até se aproveitando disso para ganhar dinheiro com o assunto. Mas, quando vemos Jesus no evangelho de Mateus 6 dizendo repetidamente "⁵ E, quando orares (…)” entendemos que ele pressupoe que aqueles que estavam ouvindo seus ensinos, orassem, ou que, há um entendimento que naturalmente deveríamos orar.
Ou seja, ao contrário do que vemos nas Escrituras, parece que hoje há uma desconexão entre oração e cristianismo. Sei que nas cartas de Paulo há algumas exortações sobre não deixar de orar (1 Tessalonicenses 5:17), sobre orar sempre (Efésios 6.18) e muitos outros momentos que ele exorta e encoraja a oração, mas, há uma diferença nítida no discurso de Paulo para o discurso que é levantado hoje.
O discurso de Paulo parece que é um lembrete para não desassociar a pratica de oração com a fé que você professa. Mas hoje, o tom que é falado ou “ensinado” sobre o assunto, soa como um expert soberbo querendo implementar algo que viu algum líder americano fazer, e quer reproduzir aqui para ser o pioneiro ou ganhar relevância no assunto.
Acredito sim, que devemos alertar toda a igreja e crentes a orarem porque tem que ser feito, porque uma coisa não está desconexa da outra. Ser crente e ser um homem ou mulher de oração, deveria ser tão verdade quanto dizer que toda pessoa que respira está viva, e todo aquele que está vivo, respira.
Querem gourmetizar e romantizar o óbvio. Bastaria seguirmos a bíblia ao dizer "Não deixem de orar." Ponto! Mas querem criar eventos e masterclass para goumertizar o assunto.
Imagina Paulo idealizando uma conferencia ou masterclass para falar o óbvio. É simples: Orem. Está doente? Orem. Está triste? Orem. Fechem a porta do teu quarto, ajoelhem e orem. Por que? Porque não está desassociado a sua fé com a prática da oração!
Mesma coisa que querer ensinar que o homem mija pelo pênis. Ser homem não está desassociado de mijar pelo pênis. Da mesma forma, ser discipulo, ser cristão, ou, o cristianismo, não está desassociado da oração.
Durante a Reforma Escocesa do século XVI, o ministério de pregação e oração de John Knox era tão conhecido que a católica romana Maria, Rainha dos Escoceses, disse: "Temo as orações de John Knox mais do que todos os exércitos reunidos da Europa".
Eu penso que gourmetizam o assunto para descer com mais facilidade, porque nossa geração é uma geração fraca, ansiosa e depressiva. Não sabemos muito fazer o óbvio para aliviar as dores. Somos experts em acumular informações, mas fracos em produzir experiências ou conhecimento.
Somos fracos para ouvir um “seja forte e corajoso” ou “não deixem de orar”, daí tudo isso precisa ser diluído para o crente conseguir engolir, e as vezes desce tão diluído que quando chega no coração já não sobra quase nada, então precisa ir em busca de mais um novo evento para saciar sua crise, porque seu alimento espiritual não tem sustância, vigor e força.
Precisamos nos arrepender.
Graça e paz a todos!
⁶ Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.
[Mateus 6:6]

